sexta-feira, 13 de julho de 2012

queria muito falar-te da evidência



queria muito falar-te da evidência
de se viver pela luz dos dias até à imensidão da noite
porque se de um lado se encontra a finitude das horas acordadas
de um outro nascem sequências complexas,  inexplicadas
e sob velaturas, descansa o infinito, o segredo e o desconhecido –

bem sei, e é repetido todos os dias
na teoria do símbolo químico, tudo se explica. um exemplo:
o rodar dos olhos dentro das pálpebras como a rememoração de realidades
uma conversa inacabada ou a nova roupagem de um mero acaso de cidade  –

mas se assim for não o digas

deixa-me  proteger a sombra dos sonhos
como o verde alto das árvores na tarde mais quente
deixa-me proteger a sombra dos sonhos
como as vinhas estendidas em arco para que se suspendam os bagos;
esse  uso de casas antigas pelos caminhos de Camilo, pelas envolvências do Minho –

se assim for não o digas

engana-me com todos os espelhos
 fecha-me os silogismos de todas as ciências
para que desperte
para que adormeça –

queria muito falar-te da evidência:
o olhar vermelho  –

josé ferreira 13 julho 2012

1 comentário:

Aline Carla Rodrigues disse...

Que as evidências da vida não fiquem sem respostas, pois nada é por acaso, inclusive os sonhos e as sombras desta existência.
Imenso abraço amigo!
Quanta inspiração!
Que o seu coração seja abençoado pela dádiva divina sempre, que não é dada pelo acaso.