sábado, 31 de julho de 2010
o cavalo branco
Franz Marc
a intensidade da aparência não é sombra
a intensidade do silêncio é um fogo
não é medo apenas o interacto e a resistência
fragmentos por entre lugares duros de titânio
e os lagos d’água de cinco oceanos
imensos -
não há indiferença
ainda são contínuos os verdes campos de milho
os recantos mais guardados dos cinemas
as exclamações rectilíneas dos ciprestes
as corridas pelos parques da cidade
as cores maduras dos mirtilos
o desassossego de miragens e os ruídos de noite;
os grilos e os mochos, os casulos dos bichos
de sedas sibilinas, silvos e silvas
nos desejos tão impuros de contidos
brilha
brilha branca a lua grande
cheia, vestida de veludos
uma rainha de boca distraída
seguida nos seus pátios de luz
pelos homens mais sozinhos
árias soçobram nos espelhos do mar
adormecem anémonas e algas suspensas
a vaguear
e batem as ondas batem
nas pedras de um castelo cinzento
cai a ponte sobre o fosso
solta um cavalo branco
branco como espumas
sopra o vento
reacende a chama
apaga o silêncio -
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