quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ressaca



Dali 1914

Sobre o fim
do fundo do alicerce
no "underground".
caíram duas torres de vidros partidos.
das veias sobra a seiva de tom negro.
inócua de fora. nas labaredas de um inferno
gravítico ao centro.
"chumbático" sob os pés de um Pteriodáctilo
na "marmórica" tumba de uma arca perdida.

Quantos assim. quantos dias assim.
sobre o fim
de olhos "larângicos" e garras de facas
nos retalhos de um corpo íngreme.
o alpinista imprudente caído
branco cisne abatido
à distância breve de um paraíso

e a impune impossibilidade
de uma raiz -

1 comentário:

Clara Oliveira disse...

Faz-me pensar este seu poema. É muito forte. Perante a capacidade humana de destruição, somos tão feitos de vidro. O gigante que pretende tocar o céu, torna-se um anão que desce ao inferno. Bj