quinta-feira, 15 de outubro de 2009

(exercício aula 14out09)

palavras em branco
sobre a mesa
à espera de nascer
por entre os dedos
de eus
de outros
que se calam
sem saber
solta-se no vento
a janela
e o seu corpo
e a alma
e tudo
como uma selva
e encontra o céu

clara e ana lúcia

3 comentários:

josé ferreira disse...

Clara e Ana Lúcia há palavras "à espera de nascer" que se unem e constroem o poema. Há ritmo e a magia secreta da selva que encontra o céu. Gostei.
Parabéns!

Joana Espain disse...

Gostei muito da passagem nebulosa, sem qualquer linha, entre a espera quieta branca e as palavras em vendaval.

Ana Luísa Amaral disse...

Gostei muito do texto, gostei muito do final (inesperado), em que se retoma a copulativa "e", após um verso que a não tem. Ou seja, o verso "como uma selva", que colide com as "palavras em branco" acaba por quebrar a dimensão anafórica que dominara os versos anteriores (e,e,e). Muito bem!