sábado, 25 de julho de 2009
A defesa da Poesia
Percy Bysshe Shelley (Sussex, 4 de agosto de 1792 — Mar Lígure, 8 de julho de 1822) foi um importante poeta romântico inglês. Foi desprezado na era vitoriana pelas suas idéias libertárias. Morreu aos 29 anos na Itália. Foi amigo de Lord Byron. Sua mulher Mary Shelley escreveu aquela que se tornou uma das mais intrigantes novelas da literatura moderna, o Frankenstein.
Shelley foi também companheiro de noitadas no vinho e nas discussões filosóficas, de Lord Byron, este considerado um marco referencial do pensamento Romântico na Literatura Inglesa e também na Literatura mundial. Após a morte de Shelley por afogamento, a sua mulher Mary Shelley responsabilizou-se pela publicação das suas obras.
Ele ainda viria a tornar-se um ídolo dos poetas vitorianos e dos pré-rafaelitas. Foi também admirado por figuras como Karl Marx, Henry Salt, George Bernard Shaw e Yeats. Compositores como Ralph Vaughan Williams e Samuel Barber, escreveram musica baseada nos seus poemas.
PERCY BYSSHE SHELLEY: "DEFESA DA POESIA"
"Ninguém pode dizer: "vou compor poesia". Nem o maior poeta o pode afirmar, pois, ao criar, o espírito é como brasa que se extingue, mas que uma influência invisível, qual vento constante, desperta para um fulgor transitório; este poder nasce de dentro, como a cor de uma flor que desmaia e muda à medida que se desenvolve, e a parte consciente da nossa natureza é incapaz de profetizar, quer a sua aproximação quer o seu afastamento: pudesse esta influência perdurar na pureza e força originais, e seria impossível predizer a grandeza dos resultados; porém, quando se inicia a composição, a inspiração está já em declínio, e a mais gloriosa poesia que alguma vez se comunicou ao mundo é provavelmente uma ténue sombra das concepções originais do poeta. Invoco o testemunho dos maiores poetas do presente: não será um erro afirmar que os mais belos trechos poéticos são produto do labor e do estudo? O labutar e o proletar recomendados pelos críticos podem, numa interpretação justa, não significar mais do que uma cuidadosa observância dos momentos de inspiração e uma ligação artificial das suas sugestões, preenchendo os espaços entre elas com a intertextura de expressões convencionais, uma necessidade imposta apenas pelas limitações da própria faculdade poética (...)."
Percy Bysshe Shelley
"Defesa da Poesia", Poesia Romântica Inglesa , tradução de Fernando Guimarães
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