quarta-feira, 25 de março de 2009

palavras pe(r)didas

"Não sei bem onde foi que me perdi;
Talvez nem tenha me perdido mesmo,
Mas como é estranho pensar que isto aqui
Fosse o meu destino desde o começo."
António Cicero
Terrível é o caminho que não encolhe na chuva
Onde foi que te perdeste?
Tantas vezes me perdi
Que vezes é preciso perder-se para não mais ser possível achar-se?
Quantas vezes vale desistir?
Em todos os meses depois de janeiro
Se no primeiro turno tudo ficou no irremediável perdido
No espremer da própria água
O que sobra de tudo?
Parece que chega para ti, guardiã da semente que
Um dia, um outro filho, um jovem ligeiro
Desenterrará na primavera por falir
E o velho feiticeiro
Descansar da estranha vida a
Fugir

Quando a juventude morrer de amor
E tomar de luto o pedido do impossível mar

Restarás tu a iludir a velhice das folhas nocturnas

A substituir as palavras

P e r d i d a s

Tantas vezes me perdi em ti e não contigo
Outras vezes nos perdemos connosco e não em nós

Chorará o tempo por te amar tardiamente
O tempo que não chega a tempo de outros amantes,
E o filho, morrerem de amor

2 comentários:

josé ferreira disse...

António caro amigo é bom ter de volta os poemas teus e as epígrafes.
Gostei!

Abraço e parabéns!

Angeles Sanz disse...

eu também gostei.
Ángeles