quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O voo frágil do colibri

Abraço a árvore da selva amazónica
cara ao lado nas unhas de casca

a árvore e eu sózinha.

Pelo caminho das gangas sobe um esquilo
descansa no cinto castanho irmão de côr
segue grávido de noz ao redondo lugar
da toca na altura do cabelo.

Qual o nome destino que desponta
o ritmo batuque pulsante
que alimento de sabrinas
pés distantes no calor liso das raizes
milenar fluído de liras capilares
circular música sina dos sentidos

a árvore e eu sózinhas.

Posição imprópria e singular
acalmia
sinto-me bela adormecida
no berço rutilo titânio das pupilas
braços abertos seios despertos
desejo
a seiva fruta dos lábios
ofereço
o cálice flor de mel
no voo frágil do colibri

a árvore e eu
Aqui.

Maria-

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