quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Jantar-convívio de Natal

Muitos comem, bebem, outros dançam alegremente;
...há ruídos absurdos?
- Não, são de festa e de exorcisação,
de absoluta libertação das canseiras
e dos monstros quotidianos,
também da vergonhosa submissão aos ditames do trabalho
e das incertezas da própria existência!...

Alguns comem, outros bebem,
outros demais saltam e riem desaforadamente;
...há ruídos estranhos? Porventura ignóbis?
- Não, são de alegria e de escárnio,
pelo caminho que traçamos sem rumo, ou sem rede,
imbuídos da febre de conquista
dos nossos sonhos e excessivas ambições
que teimamos sem escrúpulos atingir,
mesmo que estrangulados ou dilacerados
antes do clímax final!...

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E enquanto a noite passa turbulenta,
uns tagarelam, raros bebem, muitos dançam,
outros ao longe fumam num canto, inconsequentemente;
...haverá nesta amálgama quem ouça silêncios
acolhedores, vitais, reconfortantes?
- Sim, há quem veja ali amor,
aromas de rosas sem espinhos,
animais selvagens por eles próprios domados,
espalhando a paz, e convívio em felicidade!
- Sim, há quem sinta sem temor,
que um dia ambicionaremos só carinhos,
e deste frenesim seremos escoltados
até aos campos da concórdia e da equidade!

(Antonio Pinto Oliveira - 07.Dezembro.2008)

1 comentário:

josé ferreira disse...

António é assim muitos natais na festa de convívios onde muitas vezes se secam as palavras se arranja um canto no meio do bulício e onde nos viramos para dentro de nós e avançamos (acho eu ) um pouco mais num mar de interrogações!
Até breve.