quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Embalo


I  
Dorme meu tesouro dorme
Anjo leve do meu ser
Dorme que eu morro em vida
Canto o teu adormecer

II 
Dorme meu tesouro dorme
O meu grito é o meu viver
Canto a chorar a noite
Canto e embalo
E não vivo

III
Dorme meu tesouro dorme
No silêncio que é só teu
O céu não cai
A terra não treme
Eu canto e embalo
E não grito


Liliana Castro e Raquel Patriarca
17.XII.2008

3 comentários:

josé ferreira disse...

Obrigado pela publicação e pela fotografia, este poema faz um estrondo medonho com muita ternura.
Permitam-me que guarde um lugar especial desta Guernica que vai para além do postulado no blogue, a primeira leitura , a génese e espírito na primeira leitura do poema na última sessão.
Muitos parabéns!

Joana Espain disse...

Este poema arrepia a imagem. Ficava bem postarmos todos os retalhos do Guernica com os poemas.

Elza disse...

Gostei muito da última estrofe. O embalo e o terror de mãos dadas.