segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Al di la


Al di la

Para além das luzes do pinheiro de Natal
Para além dos fios das cabeleiras de prata
Para além da chama que sobe no castiçal
E do brilho dos cristais das bolas em cascata

Para além do aroma dos sonhos e doçuras
Para além da melodia que entoa o disco antigo
Para além das renas sobrevoando nas gravuras
E do esquecimento e do gesto a um amigo

Para além da esperança deslizando no telhado
Para além do segredo do presente embrulhado
Magia, recordação, noite sem igual

Para além da saudade etérea e infinita
Para além da carta que deixaste escrita
Que seja hoje e sempre Natal

Pi

2 comentários:

Elza disse...

O António trouxe o Natal ao nosso blog. O Natal é uma época que alguns podem sentir viva, forte e cheia de alegria e cor, e outros cinzenta, angustiante e passando mais devagar do que o desejado. Pode ter mil significados e nenhum. Mas a época não passa despercebida a ninguém e por isso, fica o desafio, tal como o Nuno fez com os lugares especiais, o que têm estes poetas a dizer do Natal? Como diz a nossa prezada mestra, publiquem-se!

josé ferreira disse...

Elza também aceito o desafio e à minha maneira também já publiquei uma abordagem sobre esta data festiva. Gostei da teu poema em especial da forma como terminaste "para além da carta que deixaste escrita" essa é uma verdade que me surgiu clara de simplicidade e ao mesmo tempo de verdade: no Natal todos escrevemos cartas e nelas sempre pomos as pitadas dos desejos, quando crianças é ao menino Jesus e em adultos nos nossos recônditos lugares da mente, nas bibliotecas emocionais arrumamos pequenos livrinhos de algumas folhas, umas poucas de palavras e sempre muito querer. Acredito que muitos "abutres por aí andem a alisar as penas" mas pelo menos comigo sempre se vive o espírito e sempre me sinto mais feliz( nem que seja só com a música dos passeios ).
Ser feliz e fazer felizes os outros é o objectivo maior e a mensagem do Natal: vale a pena vivê-la.
Até 2ª.