O meu olhar é nítido como um girassol
Olhando o sol a divertir-se
Iluminando o campo docemente
E em mim correndo como a lua.
É olhar translúcido, e não te vê.
Há montes e vales e planícies,
Há nascentes e rios e mares de prata
Onde os girassóis se banham com o sol
Na nitidez pintada da aguarela.
Vieste assim da cor que te pintei
Olhando para mim como ao sol o girassol
E eu fitei-te no meu deslumbramento.
Elza G.D. e José Almeida Silva
2 comentários:
É um exercício interessante, despojarmo-nos do que sabemos e vermos, atavés de um outro olhar, os versos de Caeiro. Parabéns.
É realmente uma aguarela este poema! Achei-o muito visual e de cores vivas, sóbrias mas alegres, bem na senda do que "parece" ser a poesia.
Deixei-me flutuar no texto, começando no grande plano do girassol bem definido, até ao alargar da paisagem natural sempre povoada de sol. Alem de tantas imagens subtis, o poema causou-me uma real sensação de harmonia.
À parte - é um prazer enorme fazer parte deste curso tambem com os novos colegas e ter a sorte de conhecer os textos de todos. E já agora, tambem para todos, agradeço a forma calorosa com que me abriram as portas deste espaço.
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