domingo, 23 de novembro de 2008

1º Trabalho de Casa II - Renascer

Ecoam gritos de nós no silêncio
E a luz que nos rodeia é como grades
O sol mergulhou ao fundo nas águas
Escondeu-se
Como eu de ti.

As sombras crescem
Levam-me para longe de nós
A natureza lá fora adormecida
É testemunha
Até a voz do mar se torna exílio.

Quero correr para ti
Mas…
O meu amor não tem
Importância nenhuma
E nunca são as coisas mais simples que aparecem
Quando as esperamos.

Agarro-me a essa muleta que é o tempo
Que tudo cura, tudo desfaz
E perco-me na imensidão do escuro
Aguardo o passar das horas
Esse remédio
Adormeço.

A luz do sol ergueu-se, límpida
Cravou-se em mim
Não sei onde estás
Mas eu renasço
O meu olhar é nítido como um girassol
Enterro os pés nos grãos de areia das dunas
Caminho sem destino
Sem ti, sem mim
Caminho,
Sorrindo
Recusando o que é desfeito
No interior do meu peito.

3 comentários:

josé ferreira disse...

Sequência harmoniosa de sentimentos
fortes no esquecimento de que se trata de trabalho com alguns outros versos ganhando autonomia.
Parabéns!

Joana Espain disse...

Parabéns pelo poema. Achei particularmente interessantes estes dois versos
'As sombras crescem
Levam-me para longe de nós'.
Realmente quando as sombras crescem afastam a nossa imagem de nós (do que somos genuinamente na forma nítida).

Ana Luísa Amaral disse...

Gostei muito. Ao comentário da Joana acrescento mais uns versos que me parecem muito conseguidos: "
Aguardo o passar das horas
Esse remédio
Adormeço."