Já não há religião,
pirâmides de respeito,
coleiras de princípios;
culpa, castigo!
Já não há divindades,
atrás das nuvens,
anotando os papiros
da desordem!
As ondas algodoadas
da espuma da revolta,
misturam-se na bruma,
revolvem-se,
resolvem-se,
na praia dos botões
da nossa intimidade!
3 comentários:
"Já não há divindades,
atrás das nuvens,
anotando os papiros
da desordem!"
extraordinária quadra!
Gostei muito do poema e do tom de manifesto e inconformismo subjacente.
Poema raro, inconformista, muito súbtil e bonito. Sem religião e sem divindades ficaríamos todos quase livres,por deixar-mos de ser submissos aos deuses. Para mim que sou agnóstico e ateu assumido, isto seria algo de sublime, e não precisaria de "espuma de revolta", mas sim "espuma de cerveja ou de espumante". Adorei "a praia dos botões / da nossa intimidade". Parabéns. António
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