domingo, 28 de setembro de 2008

No bosque do Aleixo, as musas…

Para lá do bosque do Aleixo está
o povo, filosoficamente caracterizado
dentro dos seus apartamentos:
todos abanam as línguas,
todos têm cabelos a roçar por trás do ouvido –
Quando chove no bosque do Aleixo,
as musas vêm cá fora apanhar a roupa,
Ao sábado no bosque do Aleixo um velho planta nabos
Tem cinco metros quadrados e unhas sujas –
As seringas no chão são chupadas pelos ratos
Os preservativos esquecidos no meio do bosque
Ainda com sémen desperdiçado – Os ratos vêm roer os preservativos
Para lá do bosque do Aleixo está o povo filosoficamente caracterizado
Para lá está o cinema, a filosofia, a vida!

Nuno Brito 2008

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