Pense-se
pequeno
um grão de sal
ainda mais pequeno
um grão de areia
pense-se num célula
nessa coisa tão grande para a ciência
capaz de albergar
todo o bem ou demência…
É nesse ponto que estamos em nós
que somos o que somos
pequenos e isolados,
misturados no mundo que é corpo vital
cada um com um papel único e desigual.
um grão de sal
ainda mais pequeno
um grão de areia
pense-se num célula
nessa coisa tão grande para a ciência
capaz de albergar
todo o bem ou demência…
É nesse ponto que estamos em nós
que somos o que somos
pequenos e isolados,
misturados no mundo que é corpo vital
cada um com um papel único e desigual.
António Pinheiro (Porto, 1974 - ) in Coleção de Poesia Privada
2 comentários:
Mandou-me em tempos este poema o António... E que MARAVILHA de poema, tão pequeno, como uma célula, e ao mesmo tempo, ENORME, por tudo o que estamos a viver, creio eu, na humanidade, e dentro de nós certamente (uns mais que outros…) O seu texto diz tanto!!!
Nas palavras do António, quando mo fez chegar: "Porque é sexta-feira… porque sim... porque me apetece... porque estamos vivos e somos células de um corpo vivo e dinâmico..."
E este blog que estava parado há tanto tempo, chorando a perda da nossa querida Ana Luísa, ganha assim um novo alento através das palavras do António que, espero, continue a retirar a sua poesia da gaveta...
Elza
Uma exposição brilhante! Sua postagem é esclarecedora, bem elaborada e é um prazer ler. Obrigado por compartilhar sua valiosa perspectiva.
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