Todos os carcereiros na prisão
Do sono.
Dono
Dos sentimentos,
Do instinto
E da razão,
Sonho,
Penso
Imagino.
Faço o pino
Deitado.
E às vezes é-me dado
Neste desatino,
Por invisíveis mãos
A que nem sequer posso agradecer,
Um poema obscuro
Que de manhã, à luz do sol, procuro
Claramente entender
Miguel Torga Diário XIV (1987)
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