imagem daqui
um dia havemos de falar dos bosques cintilantes
sem a distância –
bosques de luz de dentro e bosques de luz de fora.
queria que todos os contemporâneos
soubessem encontrar a diferença;
o espírito dos lugares
em coisas complicadas como a
metafísica dos versos
e nas mais simples que parecem
não querer dizer nada
como olhar atentamente um insecto de
asas vulgares
em silêncio
com toda aquela luz à volta
de mais longe e de mais perto –
um dia havemos de falar dos
bosques cintilantes
dos seus fragmentos
significativos
pendurados como bolas de natal
transparentes
como envelopes abertos depois de
as palavras voarem –
um dia havemos de falar dos
bosques cintilantes
e da insustentável leveza
de um imenso corpo, de rosto e lábios
para sempre, no intangível da alma –
josé ferreira 26 de Outubro de 2012
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