quarta-feira, 17 de outubro de 2012

silêncio



por vezes pelo excesso de ruído há uma sede de silêncio
como um pêndulo, suspenso, marcando o tempo
embalando os pensamentos -

o silêncio flui e torna-se seda
os olhos fecham a cabeça pende
e em espírito
as mãos viajam, viajam por dentro, pelas artérias
como barcos em afluentes
afluentes de um rio vermelho -

o silêncio oscila de um e de outro lado do centro
e sem atrito não se imobiliza o pêndulo
não há frio nem há vento -

o tempo e o espaço soam em uníssono
e no silêncio os romanos podem ir à lua
nada é improvável, tudo pode ser pensado como único
a realidade e o infinito -

o silêncio liberta e pousa a pena e o chumbo -

a sede de silêncio
é uma urgência de equilíbrio -

josé ferreira 16 outubro 2012


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