trago-o na vibração inquieta da matéria sem vontade
finjo não ouvir o trabalhar
de operários de amor
finjo não ouvir o trabalhar
de operários de amor
o badalar crescente
navio de espelhos que pulsa
em ombros lançado
devo ignorar a luz que abandona os sinos ao entardecer
imperturbáveis, e a mim não,
vem assistir a este pulsar
vaidosa ao espelho
navio de espelhos que pulsa
em ombros lançado
devo ignorar a luz que abandona os sinos ao entardecer
imperturbáveis, e a mim não,
vem assistir a este pulsar
vaidosa ao espelho
entre sinapse e quasar
devo ignorar noites de cidades gravadas nos pulsos
ser navio que cavalga
e ter milhares de portos para descarregar o mundo
cantar mais alto que a matéria sem vontade
soprar devagar onde escureça
e deixar que a luz oscile em cada olhar cruzado
sem o querer descruzar
devo ser feliz à desgarrada
operário de um só pulsar
e os sinos nunca denunciar
devo ignorar noites de cidades gravadas nos pulsos
ser navio que cavalga
e ter milhares de portos para descarregar o mundo
cantar mais alto que a matéria sem vontade
soprar devagar onde escureça
e deixar que a luz oscile em cada olhar cruzado
sem o querer descruzar
devo ser feliz à desgarrada
operário de um só pulsar
e os sinos nunca denunciar
1 comentário:
Joana
um poema sobre a "vibração inquieta" perante a interrogação de um caminho onde trabalham escondidos "os operários do amor", e uma luz que permanece para além dos sinos, devo, não devo? Gostei muito
Abraço grande
Enviar um comentário