há este hábito de esperar os versos.
quando chegam tiro-lhes a capa molhada de uma chuva de junho
espreito a brancura dos ombros
coloco a mão na nuca para que descansem de uma viagem de mil anos
com ternura
para que soltem os cabelos
e de mão na cintura danço com eles –
josé ferreira
3 comentários:
[como em cada estação,
de estação em estação, o poema do mundo se refaz no corpo do dia,
da letra.]
um abraço,
Leonardo B.
Um belíssimo poema de amor!
As metáforas «a capa molhada», «a brancura dos ombros», a mão na nuca (...)/ com ternura» e a «mão na cintura» servem, à maravilha, para revelarem a figura feminina que sai dos «versos» para esta «dança» com o "Eu" poético.
Gostei muito, José.
...um verdadeiro encontro amoroso!
Gosto deste "hábito de esperar o poema".
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