sábado, 9 de junho de 2012

poema de uma tarde de junho





















há este hábito de esperar os versos.
quando chegam tiro-lhes a capa molhada de uma chuva de junho
espreito a brancura dos ombros
coloco a mão na nuca para que descansem de uma viagem de mil anos
com ternura
para que soltem os cabelos

e de mão na cintura danço com eles –

josé ferreira

3 comentários:

João A. Quadrado disse...

[como em cada estação,
de estação em estação, o poema do mundo se refaz no corpo do dia,

da letra.]

um abraço,

Leonardo B.

José Almeida da Silva disse...

Um belíssimo poema de amor!

As metáforas «a capa molhada», «a brancura dos ombros», a mão na nuca (...)/ com ternura» e a «mão na cintura» servem, à maravilha, para revelarem a figura feminina que sai dos «versos» para esta «dança» com o "Eu" poético.

Gostei muito, José.

auxília disse...

...um verdadeiro encontro amoroso!
Gosto deste "hábito de esperar o poema".