Vejo a montanha à minha frente pousada
Sobre a água sempre verde, e penso na inutilidade
De tudo o que ela é, e na inutilidade de estar pensando nisto,
Quando um pensamento inútil me sugere
Que a montanha pode ser
Um pormenor pensado por ela
Na paisagem do meu próprio pensamento, para
Com isto me levar a pensar sobre pensamentos,
E não sobre montanhas, ficando ela, como antes,
Pousada na água sempre verde, sem ser
Pensada por ninguém.
Rui Costa
em A Nuvem Prateada das Pessoas Graves (2005)
em A Nuvem Prateada das Pessoas Graves (2005)
1 comentário:
Joana,
é um belo poema de um poeta que partiu, mas que permanece nas palavras que não partem, e fica.
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