terça-feira, 22 de novembro de 2011

As amoras - um poema de Eugénio de Andrade


Margarida Cepêda " A criação de Eva "



O meu país sabe as amoras bravas

no verão.

Ninguém ignora que não é grande,

nem inteligente, nem elegante o meu país,

mas tem esta voz doce

de quem acorda cedo para cantar nas silvas.

Raramente falei do meu país, talvez

nem goste dele, mas quando um amigo

me traz amoras bravas

os seus muros parecem-me brancos,

reparo que também no meu país o céu é azul.


Eugénio de Andrade "O Outro Nome da Terra"

2 comentários:

José Almeida da Silva disse...

Olá, José!

Este poema é belíssimo! Mas não é de Sophia, é de Eugénio de Andrade, está incluído no livro O Outro Nome da Terra, p. 41, 1.ª edição de Outubro de 1988. Transcrevo o primeiro verso «O meu país sabe às amoras bravas».

Um abraço.

josé ferreira disse...

Olá José

Obrigado pela informação, já corrigi.
Por vezes recolho alguns poemas que guardo, mas tinha registado como sendo de Sophia. Peço imensa desculpa pelo lapso.

Abraço