terça-feira, 20 de setembro de 2011
manhã atribulada
Magritte
a violência de uma casa louca.
as paredes abrem brechas, olhos negros
as tábuas dobram-se na forma pipas e barcos
os tectos desafiam o tempo no pêndulo dos candeeiros
a ausência de exorcismo solta a gargalhada
e acendem-se chamas:
“não há saída para o inferno
só entrada” - uma voz clama
três pancadas e a claridade
uma gota de suor atinge as rendas da almofada
a escuridão de um sonho perde a nitidez do desastre
o almofariz da manhã espalha um pó de luz -
na frincha do soalho a elipse fixa
e os olhos semi-abertos, semi-fechados
na incógnita sobrevivente, sem textura -
josé ferreira 20 Setembro 2011
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1 comentário:
Belíssimo poema, José. Forte abraço, André Domingues
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