sementes que nascem em terra queimada I
anteontem.
inquietude tão imprudente
rasga-me.
apetece demais bulir
agarro-me.
ontem.
da paralisia
não resvalou repouso
sementes que nascem em terra queimada II
o tempo que acabaste
diluísse barulho
cassou calma por dentro
às vezes para sempre.
traste.
se o amor morre não se cuida.
não evocadas imagens, luto é luta
espuma de tristeza, dias
por mim passam mal.não voltaste.
adormeci rápido, acordei bem
não sabia em falso abraço.
quero paz.
sementes que nascem em terra queimada IV
a verdadeira terra, essa
sem lume queimada
sempre, tarde percebo
de muito antes o negado
tarde percebo sem remédio
como a morte, só que
é loucura não te amar.
eternidade.
apenas uma, a semente.
ainda a, ainda proibida a palavra...
2 comentários:
Olá Anabela
Gostei muito deste poema de sementes e de terra queimada, em dualidade, em tensão e em diálogo.
Abraço
olá Anabela! Adorei este teu poema, tem algo de sintaxe galega! Abraço
Pedro Reis
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