quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

tarde longa


Marc Chagall

naquela tarde de algarve tarde longa
assomava a leve temperatura das gaivotas
de asas brisadas e penas brancas.
arcos redondos guardavam
as costumadas setas.

a estética de silêncios delineava a intermitência de azul
na não intensidade das ondas
e as areias eram de olhos fechados
um deserto de almas.

naquela tarde de algarve tarde longa
não houve nomes nem memórias na voz dos lábios
nas cores soletradas pela música dos dedos
e adormeceram sem a pressa do sal e dos cinzentos
ao som dos búzios pelo mar adentro.

José Ferreira 24 Fev 2011

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