quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

RIO EM DESESPERO


Corre rio corre,
corre desenfreado,
a brutal enxurrada descaracterizou-te,
e embruteceu-te.
Levas vidas que afogas diabolicamente,
porque tudo inundas
além do teu leito que te não basta;
fustígas-nos a alma
submissa e impotente
enquanto olhamos a TV
visualizando dramáticos confrontos
entre a morte e a vida
de seres vivos despojados,
t ã o t r u c i d a d o s,
mas sobretuto inocentes...
....................
Dás crédito à revolta da natureza,
à força incomensurável
dum Planeta bom
que nos acolheu,
mas hoje tristemente abandonado à sua sorte,
por culpa de humanos indígnos,
t ã o t r e s l o u c a d o s ,
não merecedores da cohabitação!

Corre, rio corre,
corre desesperado
porque em teu feroz seio
também levas os gritos e lágrimas
dum Planeta que chora
inexoravelmente a sua desdita!

( António Luíz, 20-01-2011; incluído no livro:
"Poesia pragmática: Poemas de Vidas" - 2010/11)

Sem comentários: