quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
ao acordar podes apontar a arma
Gerard Richter
ao acordar podes apontar a arma
dispara, não falhes.
todo o poeta deveria provavelmente saber
que as palavras têm um duplo sentido
um branco e um preto
e quando as escreve, frequentemente
afunda-se no subjectivo, uma ilha
e alinha a caneta com as raízes, por vezes pequenas
do seu pensamento.
portanto não há lugar à desculpa fraca.
ser poeta não é ser idiota.
é interdito magoar as folhas que pousam na erva.
por isso não desistas, verifica o número de balas
e ao acordar podes apontar a arma
não hesites
não esperes pela abertura perigosa dos olhos
dispara, não falhes.
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