segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
microgramas de azul sobre o frio - um poema de natal
Fotografia retirada da internet
o oceano azul e o céu azul.
procuro olhar a definição da cor que dizem fria
a cor que não tem tempo para a boca dos humanos
os que inventaram a escrita
procuro olhar a cor máxima de infinitos
o plâncton dos mares as nuvens na planície
a cor calma e pacífica
apesar da guerra dor e fome
e como mata a fome e como corta a fome
sem privilégios de natal todos os dias
procuro olhar o azul do burburinho
as canções que ressuscitam Lennon
e a anarquia dos sentidos
os coros angelinos nas vestes brancas
as iluminadas ruas da crise
procuro olhar todos os olhos
que apesar de alegres, tristes
procuro olhar o azul, a cor preferida
o lugar magnífico da utopia
e não interessa, não interessa mesmo
se é de anjo ou de bandido
a mão que traz o pão
que tira a fome
que tira a dor
que tira o céu escuro
no segundo mais importante do alívio
ética, demagogia, democracia
uma fila ordenada de filosofias
palavras, apenas palavras para um estômago vazio
sem a estrela iluminada, sem os reis magos
migalhas mínimas, um pó de sonhos
e algumas microgramas sobre o frio
no futuro dos dias -
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