Gerhard Richter aguarela 1997
o envólucro de prata magenta delicia
escondido na palma da mão.
solta-se fino um tecido de ruídos.
os dedos e os gestos acertam a boca.
a poderosa anfetamina suave e líquida
a descorrer lentamente de lá dos lábios
a descer a garganta de rio doce
a tocar o diafragma de mosto.
e um fio de contorno na côr base
assumindo um voo de asa;
um segundo de intervalo
e ao longe um barco -
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