quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vapor de água

O amor é óbvio como a dor
Lavra rios na pele
Desfaz o meu olhar em luz

Luz e água
Um mar
Grande, gigante, sem nome

O infinito não tem cor
A morte é óbvia como a dor
Grande, gigante, sem nome

A tarde triste morre em noite
As casas estão mudas
O meu amor é óbvio como a dor

Preso, atado e mudo
Fecha os olhos
Cheios de luz e água

Grande, gigante, sem nome
No deserto do nada
As casas cantam alto

Hoje o meu amor morreu —

3 comentários:

Joana Espain disse...

Olá Liliana

'Amores gigantes atados mudos e sem nome'. E entretanto 'casas que cantam alto', não é?. Não há-de ter morrido:) Tudo o que evapora condensa:) Que bom que voltaste a escrever aqui para a gente!

André Domingues disse...

Liliana,

Há uma música espanhola de um grupo chamado Nacho Pop (vd. banda sonora do filme Amores Perros) que diz assim:

Lucha de gigantes
convierte,
el aire en gas natural
un duelo salvaje
advierte,
lo cerca que ando de entrar
En un mundo descomunal
siento mi fragilidad.

Vaya pesadilla
corriendo,
con una bestia detras
dime que es mentira todo,
un sueno tonto y no mas
Me da miedo la enormidad
donde nadie oye mi voz.

Deja de enganar
no quieras ocultar
que has pasado sin tropezar
monstruo de papel
no se contra quien voy
o es que acaso hay alguien mas aqui?

Creo en los fantasmas terribles
de algun extrano lugar
y en mis tonterias
para hacer tu risa estallar

En un mundo descomunal
siento tu fragilidad.

Deja de enganar
no quieras ocultar
que has pasado sin tropezar
monstruo de papel
no se contra quien voy
o es que acaso hay alguien mas aqui?

Deja que pasemos sin miedo.

josé ferreira disse...

Liliana gostei muito deste poema porque transmite a densidade de um "vapor de água" na "dor óbvia do amor" sem ser ar sem ser água. o amor é leveza e aqui há dor a consciência de dor bem como a consciência que se algo acaba naturalmente algo irá começar. é como um puzzle ensaia-se a peça e por vezes até se força mas se não cabe não vale a pena insistir há que procurar o lugar certo.