segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Sobre(leva) as asas de cera
Sobreleva o sol de inverno
sem arbustos de mistério
de contíguas sombras.
Clara a manhã azul claro.
Abertas as asas brancas longe
longe de ópios de "Opiários"
de Orientes de "Clepsidra"
de anos vinte parisienses
entre longas cigarrilhas
e os líquidos absintos.
Mas mesmo assim sobreleva
a luz louca dos artistas
inspiração de génios
"surpassados" de limbos.
Não esqueço, não se esquece
mas sobreleva o ar frio
compartido ou vazio
dentro ou fora de um
um quintal homónimo das cores.
Qual jardineiro de abas largas que passeia sobre
o asseio das flores na manhã de inverno
um bom dia mais branco e brilhante de terras
onde houve ervilhas, de cheiro, das outras
a postura deitada dos melões
o crescimento dos feijões.
Qual jardineiro na surpresa dos ramos verdes de laranjeira
e alguns frutos de cascas prontamente desbulhadas
em aromas, sabores e sumos. doçuras.
Sobreleva o sol de inverno
só, e sente-se a ténue aragem de sorrisos;
rostos "surpassados" nos seus limbos;
ares lunáticos de Dali
geometrias de Klee
guitarras coloridas de Juan Gris
imaginárias fantasias -
Sobreleva as asas de cera, inseridas
sem lugares marcados de cinzas
sem chamas, sem pavios, lisas
macias, com alma branca e solta
sem os olhos injectados de quadrículas
Sobre(leva) acima, acima, acima -
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1 comentário:
Olá José, gostei muito do embalo que me fez subir acima um pouco das quadrículas e pensar na postura deitada do melão e na de crescimento do feijão:) Soube bem.
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