Olá, amigos de palavras, estive calada, tempo demais.
Lamento a minha não presença no último encontro de poesia. Mas, conforme já tinha comentado, a minha princesa mais velha fez anos nesse dia, e como entendem, há tanta poesia na preparação e execução de um jantar de festa, que era de todo impossível a minha ida ao Porto.
No entanto, confirmo a minha presença no próximo dia 16. Agradeço muito, e isto é para si, José, que poste o trabalho de casa logo que possível. Beijos
Fecho a porta
trancada do lado de fora
recebo o frio no rosto
recebo a noite minha irmã
como tu escura
como tu mentira
olho bem alto
pontos brilhantes encontro
que não me iluminam a alma
asas me crescem no dorso
abrem-se em toda a sua envergadura
já não sou eu
em anjo me transformo
anjo de manto negro
na brisa gélida da noite plana
vagueia errante sem sentido
de pensamento liberto
de coração acorrentado
a vontade de voar é brutal
dor funda sente no peito
algo o atinge sem contar
as asas recolhem sem aviso
os pés no chão sinto
sou eu
pouco depois adormeço com sabor amargo nos lábios
2 comentários:
Clara está perfeitamente justificada e é bom saber da presença no dia 16. O TPC já aí está. Quanto ao poema gostei e em especial de "como tu escura/como tu mentira" e de um verso que fica a ressoar no poema "a vontade de voar é brutal".Bj.
Clara gostei muito destes dois versos que se fecham apesar de separados:
'asas que me crescem no dorso
as asas recolhem sem aviso'
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