"O haikai é uma composição poética japonesa
que pretende sugerir um máximo de sensações
através de um mínimo de palavras. Na sua
forma clássica, apresenta apenas 17 sílabas,
organizadas em terceto, com uma métrica de
sete sílabas no segundo verso e de cinco sílabas
no primeiro e terceiro versos"
(Da ficha de trabalho da última sessão)
Ex.
Furu ike ya
Kawazu tobikomu
Mizu no oto
Matsuô Bashô (1644-1694)
Traduções:
Ah!o velho poço!
uma rã salta
som da água.
Armando Martins Janeira (1914-1988)
Quebrando o silêncio
do charco antigo a rã salta
n'água - ressoar fundo.
Jorge de Sena (1919-1978)
Um templo, um tanque musgoso;
Mudez, apenas cortada
Pelo ruído das rãs,
Saltando à água, mais nada...
Wenceslau Moraes (1854-1929)
Ah! o velho lago
...o baque na água.
Paulo Murillo Rocha (publicada em 1970)
Exercício na Sala:
Foi submetido a apreensão o seguinte haikai, famoso, de Ezra Pound (1913)
"The apparition of these faces in the crowd:
Petals, on a wet, black bough"
(este poema é sobre o Metro)
Os meus primeiros haikai
Sombras são faces na cor da pedra
Os braços são ramos no chão.
Crescem faces húmidas na escuridão
Fora cai chuva no chão.
2 comentários:
'Sombras são faces na cor de pedra/os braços são ramos no chão'. Gosto muito mesmo. As sombras que se estendem ao chão numa única imagem de braços em ramos caídos. As faces presas no muro e o resto do corpo a dobrar pelo chão dentro. É uma imagem natural bem precisa. Não tem as regras das sílabas (desafio instalado) mas deve ser um Haikai. Gosto muito desta ideia de os Haikais serem entidades à parte na poesia de nariz empinado e de ninguém saber ao certo se viu passar algum:)
Deixo aqui um sítio que é de um autor que me é caro, onde pode encontrar mais coisas sobre este género.
http://haikuportugal.blogspot.com/
;)
um bom resto de fim de semana
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