eis
os novos guerreiros
a proteger os vivos
da fragilidade humana
eis
os novos organismos
a viver para além
do entender humano
é alvo sobreviver
é prémio sobreviver
eis
os novos cientistas
de uma luta incurável
de uma vida anunciada
vestem a pele de Deus
em busca de um código
em busca da imortalidade
Clara Oliveira
3 comentários:
Clara gostei muito deste teu poema. é uma verdadeira epopeia à ciência onde o "eis" marca a cadência ( parece que estou a ver os guerreiros em cima de cavalos com estandartes a música dos tambores a rufar). a mensagem
surge fluida "novos guerreiros""novos organismos""novos cientistas" e termina na aproximação ao divino com
"vestem a pele de Deus/em busca de um código/ em busca da imortalidade".
Parabéns
Gosto muito da cadência que imprimiu ao poema e do distanciamento irónico que conseguiu.
Ao ler o teu poema fiquei com imensas imagens e ao mesmo tempo deixou-me com uma sensação de aflição e de esperança...estranho talvez sentir as duas coisas, mas gostei mesmo da forma como está escrito!
Um pormenor que achei mesmo muito interessante: "é alvo sobreviver. é prémio sobreviver" ... a dualidade entre o acto consciente e o acto inconsciente de que a vida - a que chamas de "sobrevivência" - não depende de nós.
:)
um beijinho, Tia Grande.
Titina
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