Salvador Dali "Leda atómica" 1949
Amo-te no intenso tráfego
Com toda a poluição no sangue.
Exponho-te a vontade
O lugar que só respira na tua boca
Ó verbo que amo como a pronúncia
Da mãe, do amigo, do poema
Em pensamento.
Com todas as ideias da minha cabeça ponho-me no silêncio
Dos teus lábios.
Molda-me a partir do céu da tua boca
Porque pressinto que posso ouvir-te
No firmamento.
Daniel Faria, in "Dos Líquidos"
2 comentários:
gosto do trabalho de Dali, este aqui exposto, ainda não conhecia.
bom fim de semana
É sempre possivel amar um (a)semelhante ou "o que quer que seja digno e dignifique tal sentimento" independentemente da calma ou do caos ambiental. A paixão é talvez o motor mais dinâmico que nos move e conduz às ambições mais longínquas ou mesmo impossíveis. Poema curto mas tão belo. Obrigado Daniel Faria, e tb ao José pelas duas amostragens ( pintura e poema).
Enviar um comentário