Início de Julho mês abrasivo.
Gotas descolando a testa luzidia
junto ao mar.
Quando se pode se marca a areia molhada
traços de caminho breve nas horas quentes.
Um colar de brisa alisa em cada um
o silêncio de passos no socalco liso
de espuma e algas; enguias deslizantes
esguias de abandono nos dedos brancos
ao contrair frio dos vasos, azuis, finos
límpidos sinais de rios; um mapa em
movimento de areia e águas.
Sendo sempre o mesmo mar será sempre
a mesma onda que nos segue? Insígnia
de um céu destino que nos toca a alma
acerta a mente, na viagem e fuga
dos arenitos, roliços, e das conchas
capas leves em quedas de rebuliço.
Sendo sempre o mesmo mar será sempre
nova, essa água? Extensiva e circular
que se esconde, renova mais além
onde há cascos de navios, a linha
o voo agudo de asas marítimas.
Na praia dos ouriços sigo a queda do sol
a nitidez clara da lua quando chega
e pergunto se há alguém dentro de mim
que me solta as lágrimas
que me pára o vento
que me acende o riso?
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