Ao acordar a chuva intensa em telhado de zinco
falso granizo, berlindes metálicos de ruído.
Nos olhos líquidos um céu claro, claro de cio
húmido e branco escorrendo rios no azul cinzento
céu sem chama e o sol assim tão pouco
a luz insuficiente.
As ideias secas e a impressão que devia pousar a caneta:
"Hoje não! Hoje não escrevo!"
A chata tinta obrigando as lentes, os olhos
os dedos obrigando sempre o correr das letras:
metáfora, a nova metáfora, que ninguém conheça:
"Onde estás?Metáfora malvada!"
Ânsia e sede de uma gota mágica, gota metáfora:
"Onde estás?Metáfora malvada!"
Crina esvoaçante de uma estátua de pedra
que fluída expanda as células vivas
levante os cascos dos sentidos
leia o vento dos segredos nas narinas
o prazer frémito de cavalo de corrida!
"Onde estás?
Metáfora, metáfora, metáfora malvada!"
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