Quieta água suspensa no olhar
Gota de riso e choro
Quieto sangue suspenso num batimento
A dor cardíaca de existir
Faltam-me verbos para descrever a vida
Faltam-me tempos verbais
Advérbios de modo, nomes e adjectivos
A gramática finita sem som
O papel branco sem som
O meu dizer neste instante que já foi
Quieta água suspensa
No olhar
Gota
De riso e choro
Os tempos da minha dor
Os advérbios cardíacos do meu tempo
A vida sem gramática
A matemática da poesia
A vida sem som
O sonho quieto
Em mim
Aguarda despertar
No tempo presente
Numa gramática nova
A ternura do amor.
1 comentário:
Liliana já li mais que uma vez os teus poemas e achei-os belos emotivos, tirados de dentro. São a música e a dança de uma poesia que passa muito pela introspecção, pelo estar, observar, entrar e sair de uma cúpula complicada que gere em nós todo o sentir. Esperava que voltasses a publicar mas a quantidade e a voz própria de cada um destes poemas surpreendeu-me e naturalmente leva-me a concluir que não podes parar.
Parabéns e Obrigado
Enviar um comentário