E tu que fazes? Fabricas fabricas?
Sim! Os operários são moléculas unidas unidas
numa extensão de átomos famintos famintos
onde argamassas de electrões gravitam gravitam.
As palavras são cascas de ovo partidas
que como ecos se repetem
as mesmas
definindo os lugares
onde se exprimem vários sentidos
na tômbola dos espaços preenchidos.
Cabriolando de cascos as montanhas Himalaias
sufocando nos ares rarefeitos os limites.
Miméticas de início nos silêncios
e de seguida
expandindo os inaudíveis sinais
à harmonia que endoidece de sinfonias
nonas.
Por vezes acham-se belas as palavras
e no momento seguinte na seguinte leitura
falsas vulgares fracas. Ainda não
literatura poema balada grito garra
no espírito absorto da febre
que arrasa
ao criar o impossível espelho
dentro de nós e nele nos vermos
transparentes límpidos nas verdades
nos sentimentos.
São sempre incompletas as palavras
e sendo assim se recomeça a miragem
sabendo que
nunca extenso é o saber
nunca perfeito o poema
nunca a escrita máxima
deslinda-se pouco o céu ignoto
o paraíso o infinito
nas sete capas protectoras
do indizível.
E o que faço?
Todos o dias fabrico fabrico
um manto de versos
de palavras invisíveis.
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