terça-feira, 17 de março de 2009

Um poema de Mar




Não há dúvida que o dia foi convite de passeio à beira-mar como tal encontrei este poema de Sophia de Mello Andresen e esta pintura de Picasso

Mulheres à beira-mar

Confundindo os seus cabelos com os cabelos do vento
têm o seu corpo feliz de ser tão seu e tão denso em plena
liberdade.

Lançam os braços pela praia fora e a brancura dos seus
pulsos penetra nas espumas.

Passam aves de asas agudas e a curva dos seus olhos
prolonga o interminável rastro no céu branco.

Com a boca colada no horizonte aspiram longamente
a virgindade de um mundo que nasceu.

O extremo dos seus dedos toca o cimo de delícia
e vertigem onde o ar acaba e começa.

E aos ombros cola-se uma alga feliz de ser tão verde.

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