Não engole, digere,
é planeta, dimensiona-nos,
espaço e lógica do nosso papel.
Ama-se assim,
em abandono, sem força,
à música que o manipula com um sopro
numa dança contemporânea, onde se cai e rebola,
onde se pára no silêncio e se mexe só os olhos devagar.
E como se deseja,
se espalha e se abre na pele de todos, sempre nua para ele
que despimos, novos e velhos, e lançamos em sentida oferenda,
numa troca bem pensada, onde pelo nada de quem nada teme ao nadar
em ondas que nem sempre vemos crescer, já sem fôlego, se recebe o sabor de todo o ser,
não refinado, não mutilado, em ferida aberta
que dói, mói, arde e sara
salga a humanidade.
2 comentários:
Joana gostei deste teu olhar distante, de astronauta, de Lua e Sol, auscultando em poesia os determinismos humanos que
nos vestem de emoções que estão na pele,à flor da pele. Este Mundo bola "numa dança contemporânea onde se cai e rebola onde se pára no silêncio e se mexe só os olhos devagar""onde nada de quem nada teme ao nadar/em ondas que nem sempre vemos crescer."
Visão vasta de vivências onde às vezes "sara" às vezes "dói".
Muitos parabéns e obrigado por publicares.
Olá José, obrigada pelo comentário. Estive num período de muito pouco tempo mas fui sempre absorvendo os doces que por aqui passam e em particular os muitos que vai deixando sempre. A pérola que deixou acima do Cesariny tocou-me muito. Obrigada. E quem me dera que o meu olhar fosse distante...ainda bem que parece:)
Abraço grande
Enviar um comentário