domingo, 25 de janeiro de 2009

poesia de que gosto

é mais conhecido como escritor de prosa, no entanto tem poemas muito interessantes
cortando com o tradicional. Pareceu-me importante trazer ao blogue algumas delas.
hoje deixo-vos uma:

poema das coisas aladas no coração da minha irmã flor

as coisas aladas ensinam o chão. explicam-lhe quanto há entre terra e céu,o
caminho livre de voo, a vista elevada de deus. eu vejo anjos e os anjos são,
das coisas aladas, os sonhos mais completos. erguem-se braçados de asas a
educar o vento, percursos de sopro que se abrem nas dimensões, e luzem nas
nossas cabeças como homens enfim pássaros, como se as árvores pudessem
ser casas nossas e nada nos acordasse na força do frio ou da chuva. como se
nos cumprimentássemos em pleno ar, seres tão leves atarefados com mais
nada. seríamos só pulmões cheios, máquinas de pairar, alegres imprecisões
ao alto

valter hugo mãe "folclore íntimo"



nas palavras do próprio poeta e escritor "as maiúsculas fazem-lhe confusão"
em sua homenagem e respeito todo este texto é minúsculo!

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