Não previ a torrente sob o musgo
a queda de pinhão que rapa
tira e põe histórias mágicas
no veludo das estrelas
o condão de varinhas quando
chega o sonho de pinheiros bravos.
Não previ os teus olhos
nas rugas dos meus
julguei-me gasto e cansado
entre as corridas de praias
e os mergullhos de àgua fria.
Desconcertei-me
qual aprendiz de harmónica
na doçura dos teus lábios, no sal
da lágrima feliz que ofereço tua.
És feita de tudo o que seduz
teu corpo é forma única.
Passeio a teu lado
fujo no minuto e volto
nos grãos de terra suja;
nas mãos a flor justa
do canteiro do Palácio
junto à quinta
nas presas margens do rio
que te ilumina o sorriso
os olhos de candeia
na gruta dos segredos
no milagre das rosas
do regaço dos desejos.
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