domingo, 21 de dezembro de 2008

O Touro



É força do poder e morde como um lacrau
Olha o homem olho nos olhos
Vendo-o sempre como escolhos à sua santa vontade.

E sabe como fazer da liberdade prisão e do amor brutalidade
E não se deixa seduzir pelo olhar de uma criança
Antes prefere uma trança – o seu cavalo-marinho –
Tanta força e tanto medo, tanto sangue e tanta morte,
E tanto crime branqueado

Não tem dúvida metódica – é pontual o seu terror –
tem uma roda dentada no lugar do coração.

Tem um capote vermelho com que lida a vida humana
e tem um cavalo alado com bandarilhas de morte

Corre o sangue na arena do crime organizado – morrem homens
revoltados de tanta submissão

Deixam-nos viva a memória

António Roma e José Almeida da Silva

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