Todos os anos em Dezembros sombrios,
almas vivas se engalanam,
pairando no espaço e na Terra,
em extremo fulgor , contagiante alegria.
Seres vivos que tropeçam
na Glória de um nascimento "mágico",
longínquo, de há 2000 anos atrás!...
Nasceu um Menino, chamaram-lhe Jesus,
tolerante, lutador, pacifista, controverso,
que lutou por um mundo diferente,
melhorado, benfazejo,
já então um mundo repleto de radicalismos
e povoado de imensas injustiças e déspotas!
Assim nasceu e cresceu Cristo Homem,
humilde e sonhador,
tendo a paz como única ambição,
lutando pela igualdade dos homens,
mas também pelo amor e concórdia duradoira...
Tão poucas ambições e tão desmedidas!...
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Todos nós nos transfiguramos em Dezembro,
todos os anos, espontaneamente,
irmanados por uma espiritualidade envolvente,
por uma amizade "pueril", quase ilógica,
mas despida de preconceitos,
desconcertante mas fisiológica,
e absolutamente real e paradigmática.
Assim nos procuramos alcandorar aos Céus,
como se lá estivessem todas as soluções
para os nossos descontentamentos
e outras tantas e tamanhas frustrações!
Ciclicamente nos transfiguramos todos os anos,
como a pedir uma vez mais um nascimento fulcral,
que fosse ainda mais marcante
do que aquele de há dois mil anos,
confidenciando a nós próprios que tudo seria diferente:
- seria uma situação nova,
esplendorosa, única, magnificente,
que criaria um carinho esfusiante
e um caminho apoteótico a não perder!...
Em respeito àquele Menino
e de tanto Nele pensarmos,
todos os anos nos transfiguramos, por tempo curto,
em auto-confissão absurda, contudo ponderada,
com a linear promessa de O receber condignamente,
numa próxima vez,
de braços abertos, com frontalidade,
com uma verdade nova, mimos incontáveis,
mesmo um amor supra-fraternal, insuperável...
Prometemos tudo aquilo
que apenas vivemos em Dezembros sombrios,
após um ano de louco trabalho,
conflitos e guerras ainda mais sombrias.
Consequentemente a distúrbios
e à desolação humana,
ambicionamos o Dezembro espiritual do Menino Jesus !...
Todos os anos em Dezembro
prometemos expandir a solidariedade,
agora conseguida sem esforço por ser Dezembro,
simultaneamente embalados pelo Menino
e em homenagem ao Mesmo.
Sentimos que voluntariamente
envergamos com espontaneidade
a roupagem da simplicidade e do altruísmo,
da veracidade e da respeitabilidade
e a negação de toda a conflituosidade!...
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Tudo isto acontece em honra
e por submissão ao Menino,
com festejos apenas em Dezembros sombrios,
quando Ele concerteza,
no auge do seu voluntarismo e do seu fervor,
quiz que fosse criado um Natal de todos os dias,
de todas as semanas, ou sequer de todos os meses!
Mas nós teimamos que o Natal
aconteça apenas em Dezembro...
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Assim, para salvaguarda do mundo,
pela perene alegria de todos nós meninos,
devemos olhar à nossa volta,
sangrar a raiva dos cretinos,
gritando sem dó uma revolta
pela frustração de não sermos genuínos!
Assim, teremos que lutar de modo mais profundo,
por Natais mais solarentos,
mais íntimos e mais verdadeiros,
com raiva, amor, constância e maior fragrância,
homenageando os Amigos da paz, os " não matreiros ",
para que abundem Natais mais castos,
num Planeta de maior e radiosa elegância!
Antonio Pinto Oliveira, in " Andanças do pensamento - 12 Temas polémicos",
Livro na forja ( a editar em 2009).
(Peço sinceras desculpas por ter andado afastado deste nosso Território Poético, em termos de escrita mas não de consulta e leitura.
Estaremos juntos em 22/Dezº., concerteza, pelas 19.45h . Saudações amigas ).
1 comentário:
Bem vindo de volta, António, e obrigada por ter trazido o Natal ao nosso blog, ainda que carregado de desolação por ser esquecido o significado e a partilha, no resto do ano inteiro, pelos homens que correm e lutam, tantas vezes sem nem saberem porquê. Até breve! (Dia 22 festa da poesia!)
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