Do livro  "Primeiros poemas" de Eugénio de Andrade
dedicado a Fernando Pessoa
Canção
Tinha um cravo no meu balcão;
   veio um rapaz e pediu-mo
   - mãe, dou-lho ou não?
Sentada, bordava um lenço de mão;
   veio um rapaz e pediu-mo
   - mãe, dou-lho ou não?
Dei um cravo e dei um lenço,
   só não dei o coração;
   mas se o rapaz mo pedir
   - mãe, dou-lho ou não?
 
 
1 comentário:
Bonita canção. E a dúvida "mãe, dou-lho ou não?" E deu o cravo e deu o lenço e mesmo parecendo preservar ainda o coração, não terá ido já um pedaço dele com o cravo e com o lenço? Que o coração não faz o que lhe mandamos pois não?
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