"what's in a name?"
(William Shakespeare, Romeo and Juliet)
O que há num nome?
Beleza, matéria, poema em verso
Feito de todas as partículas do Universo
Por que chamar, a que apontar
O que tocar, por quem chorar.
Caleidoscópio, borboleta, magnólia
Uma canção que ecoa no interior
A palavra saboreada como arte
O nome de alguém para depois chamar amor.
Os grandes nomes da História
Gravados nas armas da pedra secular
Numa vénia nos dobramos a honrar
Ou lutamos, questionando sua glória.
Mas os nomes e o sangue: tudo parece pesar!
Seja rei ou marinheiro feito ao mar
Dizem que herdamos das estrelas nossas veias
Que o passado nos apanha em suas teias.
Nome, estirpe, marcação de um ponto
Porto seguro, amor despido, protecção
Ou será grade, fenda, muralha, subtil prisão,
Tentáculos de polvo, estranhos num encontro?
Como Capuletos e Montecchios: são dois nomes!
E assim se dividem sempre as gentes
E as almas onde ficam? Uma voz a perguntar
Se “Toda essa gente já desapareceu, nem uma para semente.”
Capuletos e Montecchios são dois nomes
Em duas almas a querer se transformar
E são tudo, laços, destino, noite, alvorada
São nomes, são tudo e não são nada.
Beleza, matéria, poema em verso
Feito de todas as partículas do Universo
Por que chamar, a que apontar
O que tocar, por quem chorar.
Caleidoscópio, borboleta, magnólia
Uma canção que ecoa no interior
A palavra saboreada como arte
O nome de alguém para depois chamar amor.
Os grandes nomes da História
Gravados nas armas da pedra secular
Numa vénia nos dobramos a honrar
Ou lutamos, questionando sua glória.
Mas os nomes e o sangue: tudo parece pesar!
Seja rei ou marinheiro feito ao mar
Dizem que herdamos das estrelas nossas veias
Que o passado nos apanha em suas teias.
Nome, estirpe, marcação de um ponto
Porto seguro, amor despido, protecção
Ou será grade, fenda, muralha, subtil prisão,
Tentáculos de polvo, estranhos num encontro?
Como Capuletos e Montecchios: são dois nomes!
E assim se dividem sempre as gentes
E as almas onde ficam? Uma voz a perguntar
Se “Toda essa gente já desapareceu, nem uma para semente.”
Capuletos e Montecchios são dois nomes
Em duas almas a querer se transformar
E são tudo, laços, destino, noite, alvorada
São nomes, são tudo e não são nada.
4 comentários:
Também gostei muito deste. Este não se eclipsa, demora-se e espalha-se de forma entrelaçada e complexa. Está carregado de sentidos e muito bem escrito (pelo menos para mim). Parabéns.
A referência que fiz ao poema que eclipsa resulta vem de uma confusão que fiz pensando que o poema 'Neste lugar especial' da Auxília era teu. Desculpa a confusão. Mais uma vez parabéns pelo poema que reli agora com mais calma e ainda encontrei mais encaixe e complexidade. Está mesmo bonito.
Parabéns e obrigada pelo poema. Gostei especialmente da ideia da contraposição entre o grande peso de um nome e afinal da sua insignificância.
Gostei ainda muito das subjectividades do nome, essa música que ecoa cá dentro, essa palavra que se saboreia. Um nome de alguém a quem chamar um outro nome ainda :amor.
Gostei do poema, Elza. Gostei imenso da ideia! Interessante ter referido Capuletos e Montecchios. Muito bonito o início:
"O que há num nome?
Beleza, matéria, poema em verso".
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