Hoje não há trovões.
Só relâmpago.
Só a tua luz sem a tua voz.
O mar no seu lugar.
Calmo e sereno.
A maresia indiscreta dos teus sentidos.
As ondas do teu cabelo.
O meu lugar em ti.
As caves perdidas dos nossos pensamentos
Como velhos porões de um navio afundado.
Perdidos no fundo do mar das nossas memórias.
O brilho das nossas histórias
em relâmpagos de memória que nos abraça em encontros.
Luzes, luzes, luzes
Os nossos lugares.
Os amigos, portos de vida.
Âncoras macias e firmes.
O abraço do mar.
O mar em nós.
Os nossos mares.
Os lugares do nosso afecto.
Somos quase só água.
2 comentários:
Liliana este texto reflecte uma grande vitalidade e energia criativa, gosto das repetições, dos pequenos pormenores, mas sobretud do texto como um contínuo de emoções que se encadeiam, visuais, tácteis -
"O meu lugar em ti.
As caves perdidas dos nossos pensamentos
Como velhos porões de um navio afundado"
Liliana: Naveguei no fundo do mar e senti esse abraço que ele me deu através da leitura deste teu poema. Gostei muito!
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