quinta-feira, 16 de outubro de 2008

ARFAR POR AMOR

Termino de novo a sublime batalha,
"nobre e selvagem" deste amor,
curvo-me perante a sua concretização
natural e irrecusável;
...em seu âmago, em seu último reduto,
a explosão vulcânica de febris emoções,
com sua expressão física de um dilúvio,
torrencial e quente,
que me deixam a arfar por longos e longos minutos!...

Assim é meu anseio; assim eu quero!

...É o prolongar dos afectos,
e de todo aquele acto de fascínio e insensatez,
mas também tão inquietante e tão doce...

Daqui a segundos só terei "memória recente" dos mesmos,
e já não arfarei quase em dispneia;
terei saudades de tanta ternura,
e da nossa voraz alquimia...

Amanhã já estarei tão longe
da grande amálgama destes pensamentos,
porque a vida rotineira de cansaços nos afogará de novo
em mares de outras tempestades,
tudo sendo então vertido no Livro
empoeirado das memórias,
até que tenhamos outra oportunidade
de voltar a arfar por amor,
na continuidade do resplandecer desta abrupta paixão,
que tanto nos toca e gentilmente domina!

( António Luíz ; in " VIDA: Paixão e tormento", 2008 -
Edições ECOPY ).

1 comentário:

josé ferreira disse...

"Curvo-me perante
a natural e irrecusável
explosão vulcânica
até que tenhamos outra oportunidade
de resplandecer"
perante a poesia do António
"que tanto nos toca"
Parabéns