imagem daqui
sabes,
acordei com o som de ondas enroladas num colar branco
e um aroma verde de limos e algas, a maresia –
o mar tem destas coisas, toca-nos pelo olhar e pelo som
pela imensidão
pela linha definida que junta o azul
pelo segredo que se esconde na viagem dos peixes
pela quilha que avança, no movimento dos barcos
e no voo planado de gaivotas pelo ar –
o mar tem destas coisas, sublima, da terra ao céu
como em Turner
entre o naufrágio e o sublime, ou determina
o dia seguinte
entre o crepúsculo laranja que despede o dia
e o silêncio das estrelas que nos olham de cima –
o mar tem destas coisas, liga
está para além da rotação dos astros
da cultura dos livros
o mar é o espelho de Olimpo mesmo que não exista –
no descer das pálpebras, escutam-se os búzios, e imagina-se–
o mar tem destas coisas, como a poesia
uma emergência que não se domina, uma realidade e uma sina –
sabes,
acordei com o ombro quieto e o teu rosto paralelo
mas não despertes, peço-te
queria colocar-te um colar branco de espuma
soletrar-te o mar e entregar-te o brilho de uma pérola original –
a tua mão é uma concha aberta aos primeiros raios de sol.
permanece -
lá fora, as ondas continuam enroladas –
josé ferreira 27 de agosto 2013
sabes,
acordei com o som de ondas enroladas num colar branco
e um aroma verde de limos e algas, a maresia –
o mar tem destas coisas, toca-nos pelo olhar e pelo som
pela imensidão
pela linha definida que junta o azul
pelo segredo que se esconde na viagem dos peixes
pela quilha que avança, no movimento dos barcos
e no voo planado de gaivotas pelo ar –
o mar tem destas coisas, sublima, da terra ao céu
como em Turner
entre o naufrágio e o sublime, ou determina
o dia seguinte
entre o crepúsculo laranja que despede o dia
e o silêncio das estrelas que nos olham de cima –
o mar tem destas coisas, liga
está para além da rotação dos astros
da cultura dos livros
o mar é o espelho de Olimpo mesmo que não exista –
no descer das pálpebras, escutam-se os búzios, e imagina-se–
o mar tem destas coisas, como a poesia
uma emergência que não se domina, uma realidade e uma sina –
sabes,
acordei com o ombro quieto e o teu rosto paralelo
mas não despertes, peço-te
queria colocar-te um colar branco de espuma
soletrar-te o mar e entregar-te o brilho de uma pérola original –
a tua mão é uma concha aberta aos primeiros raios de sol.
permanece -
lá fora, as ondas continuam enroladas –
josé ferreira 27 de agosto 2013